Criança, jogo e brincadeira estão intrinsecamente interligados, no entanto, o nosso sistema escolar não percebe essa interligação e cerceia a criança das suas necessidades de movimento, expressão e de construção de seu conhecimento a partir do seu próprio corpo. Apesar de estar inserida neste meio, a escola precisa perceber a criança como um ser em constante desenvolvimento.
Partindo desse pressuposto, é possível constatar que uma das melhores formas de trabalho psicopedagógico é fazendo uso do lúdico, quer seja no diagnóstico, quer seja no tratamento. No diagnóstico, a atividade lúdica é um rico instrumento de investigação clínica, pois permite ao sujeito expressar-se livre e prazerosamente. É possível também utilizar o lúdico para facilitar o processo de sondagem na intervenção psicopedagógica, pois é através do brincar que a criança tem maior possibilidade de expressar seus sentimentos e conflitos e buscar melhores alternativas para lidar com suas emoções e consequentemente, saber resolver problemas e melhorar o processo de aprendizagem.
Segundo Vygotsky (1984), ao brincar a criança ultrapassa a expectativa da sua idade média, isso ocorre porque as crianças têm mais flexibilidade para pensar sobre o mundo da fantasia, do que sobre o mundo real.
Através do brincar, a própria criança descobre seus limites, potencialidades e individualidades.
O ato de brincar contém vários âmbitos: o cognitivo,o social e o afetivo por isso o psicopedagogo valoriza o lúdico como uma das melhores ferramentas para aprendizagem. Ao brincar com brinquedos lógicos o ser humano desenvolve o raciocínio, quando a brincadeira é com situações afetivas estimulam-se as emoções e quando se brinca com situações sociais , a aquisição de conhecimentos, atitudes e destrezas próprias de um determinado meio, sai assimilada.
(...) Jogos formais, como:dominó, memória, contra-ataque, lig-4, lego, etc. Observei que as crianças ficavam mais espontâneas e se revelavam com mais facilidade. Pude perceber a total rejeição aos objetos de aprendizagem escolar(...) (Weiss 2008,p.76)
A ação de educar não pode restringir-se à simples preocupação com as estruturas mentais, mas também com a expressão do corpo em sua totalidade. Se educar é libertar, então, os processos que regem esta ação educativa devem fornecer subsídios para que tal idéia se concretize. As instituições precisam adaptar o lúdico em suas estratégias de ensino, buscando trazer prazer e interesse em aprender.
É brincando que a gente se educa e aprende. Alguns, ouvindo isso, pensam que quero tornar a educação coisa fácil. Coitados! Não sabem o que é brincar! Brinquedo fácil não tem graça. Brinquedo, para ser brinquedo, tem de ter um desafio. (Alves, 2008, apud Machado e Nunes, 2011,p.21)
A criança vive em busca de desafios todo tempo, por isso o professor precisa desafiá-lo em sala de aula, fazendo com que o cognitivo desenvolva assim aconteça à aprendizagem prazerosa.
O lúdico enquanto recurso pedagógico na aprendizagem deve ser encarado de forma séria, competente e responsável. Usado de maneira correta, poderá oportunizar ao educador e ao educando, importantes momentos de aprendizagens em múltiplos aspectos. Considerando-se sua importância na aprendizagem, o lúdico favorecerá de forma eficaz o pleno desenvolvimento das potencialidades criativas das crianças, cabendo ao educador, intervir de forma adequada, sem tolher a criatividade da criança. Respeitando o desenvolvimento de cada criança no processo lúdico, o educador poderá desenvolver novas habilidades no repertório da aprendizagem infantil.
O Psicopedagogo não precisa de regra específica para um jogo, mas precisa sempre de um objetivo para a atividade proposta, pois sem objetivo não é possível descobrir qual a dificuldade apresentada pela criança
Silvia Carla Nunes
Pedagoga/Psicopedagoga
Silvia Carla Nunes
Pedagoga/Psicopedagoga
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